Análise – Effie

Houve uma época em que jogos de plataformas 3D eram lançados aos montes. Muitos se tornaram clássicos, como Super Mario 64 e o próprio Crash Bandicoot. No entanto, muitos não tiveram o mesmo sucesso, como Gex, Jersey Devil, Croc e vários outros. Devido a essa saturação, a popularidade do gênero deu uma caída.

Somente agora, vários anos depois, é que notamos que muitas desenvolvedoras estão apostando novamente no gênero, principalmente as independentes. Isso não é ruim – pelo contrário, a demanda existe. Jogos como A Hat in Time mostram que há espaço para a criatividade e qualidade. E é justamente nessa onda que Effie chega ao PS4.

Desenvolvido pela Inverge Studios da Espanha e selecionado pelo programa PlayStation Talents, Effie é um jogo simples de ação e plataforma 3D. A história é uma espécie de Conto de Fadas – Effie, a garota que dá o nome ao jogo, escuta a história que está sendo contada. No caso, o enredo segue o jovem Galand, que após ter sido amaldiçoado por uma bruxa e envelhecido, recebe a tarefa de expulsar essa feiticeira da terra de Oblena para ganhar seus anos de volta.

Effie é um jogo curto. Após completar a área inicial que serve mais como um tutorial, você tem acesso ao mundo aberto. Nele há diversas coisas espalhadas, mas o que realmente importa são 3 localizações que funcionam como fases (pense nos quadros de Super Mario 64).

Para se locomover nesse mundo aberto, você surfa com o R2 e utiliza o escudo para isso. É interessante surfar, mas essa mecânica só existe aqui e é pouco explorada no game de uma maneira geral. Já enquanto anda, Galand pode pular e realizar diferentes tipos de ataques com seu escudo. No início, só é possível fazer um pulo duplo e atacar de maneira fraca (e rápida) ou forte (e lenta) com o escudo. Conforme avança no game, outras três habilidades são destravadas.

Devo ressaltar que essas habilidades são muito poderosas, a ponto de deixar o game mais fácil. Duas delas são de ataque e inimigos que você gastava 4 ou 5 golpes para eliminar acabam morrendo com apenas um acerto. Outra habilidade ganha é o dash, que pode ser feito no meio do ar e aumenta o alcance que Galand pode chegar com o seu pulo.

O combate de Effie é muito ruim. Depois que você pega o jeito, acaba relevando, mas a primeira impressão é horrível. Os ataques são todos desajeitados e, como comentei, é desbalanceado conforme avança. O lado “plataforma”, porém, é agradável e cumpre seu papel.

Effie conta com três fases como comentado anteriormente. As fases possuem uma estrutura similar: ganhe uma habilidade, explore e chegue até o fim para derrotar o chefe. Enquanto faz isso, colete diversos itens com diferentes propósitos.

Esses itens podem ser separados em duas categorias: há aqueles que dão XP a Galand e o faz evoluir de nível (aumentando a sua força e vida) e os que são apenas colecionáveis. No caso do XP, por exemplo, você ganha isso com as diversas runas espalhadas pelo cenário e também pelos baús azuis. Já as Relics estão escondidas e você deve procurá-las apenas para ter aquele 100%, nada mais.

Effie é, de uma maneira geral, um jogo muito simples. A história não é nada complexa, você levará cerca de 3 a 4 horas para finalizá-lo (talvez 5 horas para fazer a platina) e, apesar do combate ruim, possui elementos de plataforma agradáveis. Outro ponto negativo, porém, é a perfomance. Além de quedas na taxa de quadros por segundo, o jogo travou duas vezes em nossos testes – uma vez com uma mensagem de erro do PS4 e no outro caso Galand ficou “agarrado no ar”, impossibilitando que eu fizesse qualquer coisa. Por sorte, não perdi o progresso e no caso de ter ficado travado no ar, havia um inimigo para me matar e reiniciar o jogo.

Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela Inverge Studios.