Exatos seis anos após o lançamento de Rainbow Moon, a tão aguardada sequência do bom RPG, e um dos principais sucessos indies lançados para PS3/PS Vita, finalmente chega ao PS4 após anos do seu anúncio. Rainbow Skies promete não só melhorar os pontos positivos do original, como também ampliar a experiência anterior de todas as formas possíveis.
Controlando o protagonista chamado Damion, que acorda de ressaca após uma noite de bebedeira e vai realizar seu exame para se tornar um Domador de Monstros na ilha voadora de Arca, o jogador vivencia uma série de acidentes e situações que não são muito difíceis de se imaginar que uma ressaca pesada possa causar em um mundo habitado por criaturas mágicas.
Damion e o seu melhor amigo, Layne, acabam tornando a situação cada vez pior a cada nova tentativa de consertar as coisas, acabando no mundo situado abaixo da ilha, chamado Lunah, amaldiçoado pelos residentes de Arca, sendo vítimas de um acidente com a maga novata Ashly e embarcando uma aventura muito maior do que eles poderiam imaginar.
Comparado com o seu antecessor, Rainbow Skies oferece uma narrativa muito maior, mais bem escrita, com personagens muito mais cativantes e interessantes, e uma história que vale a pena ver até o fim, o que é importante já que só a história principal dura cerca de 30 horas (e o jogo é cheio de conteúdo extra) e é lotada de muito diálogo. Tudo isso temperado com muito bom humor e muitas piadas que ajudam a manter o jogo leve, mesmo com a crescente tensão da história.
O jogo é todo visto por meio de uma câmera isométrica, tanto ao andar pelo mundo quanto durante o combate. Tanto Arca quanto Lunah são mundos bastante coloridos e vibrantes, cheios de vida e personalidade e que, junto com a beleza dos gráficos, a ótima performance do jogo (mesmo com as animações horríveis) e a trilha sonora sempre envolvente, tornam a exploração divertida e recompensadora, já que sempre há algo novo para se descobrir, sejam missões secundárias ou mini-games.
Um dos principais chamarizes de Rainbow Skies é a maneira como ele tenta reinventar o sub-gênero dos RPGs de Estratégia. Misturando os mapas em grid comuns do gênero com um combate mais rápido e direto, com os ataques determinados pela direção da movimentação do personagem e algumas habilidades especiais sendo ativadas por comandos específicos, evita-se assim os combates mais lentos causados por ter que escolher as ações em um menu.
Cada personagem pode realizar um determinado número de ações por vez, podendo se movimentar pelo tabuleiro e, caso ande em direção a um quadrado onde um inimigo está, realizando um ataque físico. Se no começo é tudo muito simples, aos poucos mais e mais habilidades vão sendo destravadas (através de livros de habilidade e com o uso repetido delas), o que influencia bastante o fluxo do combate, seja causando mais dano ou efeitos de status distintos.
O ritmo mais acelerado do combate pode levar a alguns erros, seja de comando, seja de estratégia, e até o menor deles pode acabar gerando a morte de toda a party. O combate é bastante recompensador e ainda existe um battle rank, que permite reajustar o nível do combate, mesmo que o jogador esteja mais poderoso do que o recomendado para a área, ou diminuí-lo caso o jogador não se sinta preparado para o desafio. Obviamente, as recompensas são maiores quanto maior o ranking, seja em ouro ou em áreas que só podem ser acessadas em determinados níveis.
O jogo oferece uma série de sistemas distintos que são muito bem explicados, sejam as já mencionadas habilidades, a possibilidade de aprendê-las com livros, evoluir tais habilidades, magias ou equipamentos com o uso constante, fora um dos pontos mais interessantes: a possibilidade de domar monstros (e existe uma enorme variedade deles), torná-los parte da sua equipe (e é a única maneira de ter mais personagens além dos três humanos da party) e fazê-los evoluir da maneira que melhor se adaptar ao que o jogador deseja, mesmo que eles não sejam tão fortes ou úteis quanto os humanos.
O lado negativo disso tudo é que, apesar da enorme quantidade de opções de customização, mini-games e missões secundárias, a longa duração de Rainbow Skies infelizmente acaba causando o principal mal dos RPGs: a repetição exagerada. Por mais que seja possível passar pela história principal basicamente sem grind nenhum (e o jogo em momento algum é “injusto”, sendo muito bem balanceado), a história e o os diálogos longos demais são o que geram certo cansaço no jogador.
Isso é um pouco minimizado pela possibilidade de jogar tanto no PS4 quanto no Vita (onde o jogo roda muito bem também), mas a história em si, por mais que seja um avanço em relação ao jogo anterior, ainda é o ponto mais fraco da experiência. Não pelo plot não ser interessante, mas claramente a história se alonga mais do que deveria, com vários pontos nitidamente existindo só para “encher linguiça”, e é o ponto que mais sofre pela repetição exagerada e pela pouca criatividade no design das missões e das dungeons (que são muito similares entre si).
Por tudo de melhor que Rainbow Skies oferece, o combate desafiador e divertido, as várias opções de customização e a história promissora, todo e qualquer ponto novo que o jogo introduz é repetido à exaustão e acaba se tornando entediante demais. O pacote como um todo se tornaria muito melhor se não durasse o dobro do tempo que deveria, mas, ainda assim, temos um jogo muito bom nas mãos.
Veredito
Rainbow Skies não é só uma sequência digna, mas faz tudo o que deveria, sendo um jogo melhor em tudo. Por mais que a repetição excessiva, os pontos da história que parecem existir só para aumentar sua duração e a falta de variedade nas missões e dungeons limitem o seu sucesso, ainda temos um jogo muito bom aqui.
Jogo analisado com cópia digital fornecido pela eastasiasoft.
Veredito
Rainbow Skies is not only a worthy sequel, but it does what it should, being a better game in everything. Even being repetitive, with some parts of the story that seem to exist just to increase its length and the lack of creativity in mission and dungeon design limiting its success, we still have a very good game here.
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