Tacoma

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Imprevisibilidade e jogos com a finalidade de contar histórias são especialidades da companhia independente norte-americana Fullbright. Tal qual Gone Home, Tacoma é um produto com foco na narrativa em que, pouco a pouco, o jogador desvenda os detalhes da trama. A soma de todas as pistas e fatos observados no jogo revelam um final inesperado ou um twist – toque característico da desenvolvedora indie.

A chegada da personagem Amy Ferrier à estação espacial Tacoma abre os eventos do jogo. A protagonista é uma prestadora de serviços, contratada via outtasking para recuperar o banco de dados de inteligência artificial da estação. Percebe-se logo que houve um incidente no local e que a empresa Venturis, responsável por Tacoma, possui um interesse especial nos dados ali armazenados.

Ao entrar na base espacial, Amy se equipa com um aparelho de realidade aumentada, permitindo que ela possa testemunhar o passado do local, vendo os hologramas e ouvindo as gravações dos tripulantes. A interface e a interação por meio da realidade aumentada é o aspecto diferencial de Tacoma.

É possível presenciar diversos eventos vivenciados pelos tripulantes, dar fast-forward ou “rebobinar” as ações destes, de modo que o usuário do jogo não perca detalhe algum. Tal interatividade, somado aos objetos, audio logs e anotações pessoais permitem que o jogador conheça intimamente cada um dos funcionários de Tacoma. Esse sistema confere uma possibilidade do jogador se aprofundar sobre o lado emocional das personagens e saber um pouco mais sobre a perspectiva delas em relação à crise ocorrida na estação espacial.

Similar a outros adventures recentes, Tacoma não traz barras de vida, combates ou desafios que possam resultar em game over. A experiência de jogo é formada pela interatividade com a realidade aumentada e com os objetos espalhados pelos cenários. Seu começo é um pouco lento, portanto carece de um pouco de paciência até que se crie certo envolvimento com os tripulantes e até tomar ciência do episódio que desencadeia a visita da protagonista à estação.

Tacoma possui um design excelente, não só pela composição da ambientação, mas em especial pela forma de como a jornada se desenrola. A protagonista precisa extrair os dados de três setores da estação – área administrativa/recreação, ala biomédica e departamento de engenharia/manutenção. Ao chegar em cada uma delas, dá-se início à extração dos dados da inteligência artificial do local e o jogador precisa esperar um tempo até sua conclusão. O que fazer nesse tempo? Fica a critério do usuário. Essa liberdade é um dos grandes méritos do jogo, permitindo que cada um invista o quanto estiver disposto nesse metaverso.

Da mesma forma que Gone Home, Tacoma não é um adventure demorado. Poucas horas são demandadas para finalizar o jogo na primeira vez e, em jornadas subsequentes, o game pode ser concluído na casa dos 30 minutos. Pelo menos há algumas tarefas extras associadas aos troféus, como busca por objetos específicos ou jogar basquete em gravidade zero. É o tipo de conquista feito da maneira certa, visto que são descobertas bem divertidas.

Seus gráficos são bons. Embora existam alguns assets de baixa qualidade, a maioria é bem detalhada e contém ótimas texturizações. As personagens são exibidas de forma simples como figuras humanas de baixa contagem poligonal, contudo, é algo que se encaixa adequadamente a proposta do jogo, visto que são projeções da realidade aumentada. No geral, o departamento visual está um passo a frente de Gone Home e brilha nos detalhes dos objetos espalhados pela estação Tacoma.

Músicas são ocorrências raras no jogo, havendo algumas licenciadas, mas poucas faixas originais. O grande destaque da parte sonora vai para o fantástico trabalho de dublagem das personagens. Sem bons profissionais para dar voz às figuras projetadas, o jogo perderia significativa parte do seu impacto dramático.

Acerca do desempenho do novo game da Fullbright, há uma opção de imagem 4k (provavelmente dinâmica ou não nativa) para o PlayStation 4 Pro. Na resolução padrão de 1080p, o jogo chega a rodar a 60 frames por segundo, mas com muitas oscilações. Há de se apontar também os frequentes stutters nos momentos de carregamento – é comum, inclusive, alguns congelamentos que resultam em uma pequena perda de progresso.

Veredito

A estação espacial Tacoma reserva uma história especial e enigmática, podendo ser rasa ou profunda, de acordo com o investimento do jogador. Há uma interatividade limitada, típico de adventures recentes, mas a ótima narrativa não deixará o usuário entediado. É breve, sem delongas, assim como deve ser, mas talvez não seja um investimento satisfatório para quem busca por muitas horas de entretenimento. Tacoma vale a pena, especialmente pelas surpresas que os momentos finais do jogo reservam.

Jogo analisado com código fornecido pela Fullbright.

Veredito

80

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The Tacoma space station hides a special and enigmatic story, which can be shallow or deep, according to the player’s investment. There is limited interactivity, typical of recent adventures, but the great storytelling will not leave the user bored. It is brief, without delays, just as it should be, but perhaps not a satisfying investment for those looking for many hours of entertainment. Tacoma is worth it, especially for the surprises that the final moments of the game reserve.

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The Tacoma space station hides a special and enigmatic story, which can be shallow or deep, according to the player’s investment. There is limited interactivity, typical of recent adventures, but the great storytelling will not leave the user bored. It is brief, without delays, just as it should be, but perhaps not a satisfying investment for those looking for many hours of entertainment. Tacoma is worth it, especially for the surprises that the final moments of the game reserve.

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