Marvel's Guardiões da Galáxia – Episódio 1: Na Fossa

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Guardians of the Galaxy – The Telltale Series traz a versão da desenvolvedora de games para a equipe mais infame da galáxia. Após o sucesso em adaptar o universo dos quadrinhos de Batman e Fables (com The Wolf Among Us), o que será que a empresa vai fazer com o universo galáctico da Marvel?

Na história, Peter Quill e sua tripulação finalmente encontram o tirano Thanos e acabam com ele. Sim, Thanos está morto! E após o sucesso na missão e em resgatar um misterioso artefato, a equipe dos Guardiões reflete no futuro de sua parceria. Sem uma ameaça a ser enfrentada, será que o grupo tem motivos para continuar juntos? Como isso pode afetar o resto da galáxia, que perderá seus valiosos e disfuncionais heróis?

Primeiramente, vamos tirar o elefante branco da sala. Mais uma vez, a Telltale se reutiliza de sua engine gráfica para adaptar de forma fácil e entregar episódios em uma periodicidade constante. Então espere os mesmos problemas técnicos encontrados nos seus títulos anteriores, como engasgos nas transições de cenas, problemas de sincronia labial, animações travadas, legendas com textos não utilizados na dublagem e alguns bugs em certas mecânicas. Apesar do visual colorido e mais voltado para o cartunesco, os gráficos acabam se mostrando datados, especialmente nas texturas e nos modelos de rostos dos protagonistas, lavados e com poucos detalhes, o que agrava a estranheza do jogador sobre algumas reações em suas animações faciais.

Os Guardiões mostrados no jogo não são necessariamente uma adaptação fiel de nenhuma obra, seja quadrinho ou os filmes do universo cinematográfico da Marvel. Isso já é destacado pelo visual dos protagonistas, que divergem consideravelmente dos personagens dos filmes, como Peter Quill (que não tem o rosto de Chris Pratt), ou a coloração diferente de Drax e as manchas em volta dos olhos de Gamorra, ausente na personagem interpretada por Zoe Saldana. É uma mistura do que vimos nos filmes e nos quadrinhos, para criar um universo e visual próprio.

Apesar disso, há sim muitas inspirações nos filmes, especialmente no tom da aventura e no uso da música. Talvez o ponto mais forte do primeiro episódio é a constante interação da equipe, resgatando muito bem o sentimento de companheirismo que vemos em outras mídias. E isso inclui as cenas de ação, como a luta inicial contra Thanos, muito bem executada e que dá a chance do jogador participar na luta com o gameplay alternando entre os personagens.

E não haveria essa química sem alguns bons momentos de humor. Há um bom timing cômico na cena, que torna mesmo as partes mais sérias da aventura um pouco mais leves. Junte a isso a Mixtape de Peter Quill, com músicas icônicas dos anos 80. De Hall & Oates passando por Electric Light Orquestra, uma seleção tão boa quanto a escolhida nos filmes. Tudo isso torna o universo do jogo familiar e ao mesmo tempo novo, em um ritmo leve de aventura.

Os diálogos e a dublagem também são boas, com o destaque para Rocket Raccon, dublado pelo “arroz de festa” dos dubladores, Nolan North. O personagem que talvez tenha sido menos bem executado é o próprio Peter Quill, que junto com sua aparência genérica, não consegue passar nem o carisma de Chris Pratt nem a força de líder que o personagem executa nos quadrinhos. E isso pesa muito na história, que gradualmente movimenta seu foco para o passado e a origem de Peter Quill.

Falando em história, apesar do bom ritmo de início, o episódio acaba se arrastando da metade para o final, com um clímax pouco interessante e que acaba tirando a força do cliffhanger deixado para o próximo episódio (P.S.: Recomendo assistirem a prévia do próximo capítulo, feita no formato de entrevista com os personagens que lembra muito séries de comédia como The Office. Uma ótima sacada dos desenvolvedores). Como visto em outras séries, é interessante ver a empresa usar o lore da franquia e os personagens de formas diferentes. A reviravolta em cima da morte de Thanos é realmente uma boa surpresa para os fãs da franquia e cria a curiosidade para saber o que mais a empresa pode fazer de diferente com os personagens.

Em termos de mecânicas, temos um clássico jogo Telltale, em que o gameplay é sua parte menos interessante. Os poucos momentos de exploração são extremamente sem graça e os QTE das cenas de ação acabam criando um ritmo monótono e automático para o jogador. A única novidade em relação a outros jogos da empresa que vale ressaltar é que, em alguns momentos da exploração, podemos mover Peter Quill com seu jetpack, movendo-se por outros andares do mesmo local. Fora isso, são as mesmas mecânicas, apenas com uma nova pintura por cima.

As escolhas neste primeiro episódio acabam alterando alguns cenários, como aliados que irão participar em futuras batalhas ou companheiros da equipe para o clímax, mas nada extremamente difícil ou que exija problemáticas morais. A jornada até o final do episódio tem poucas escolhas que realmente vão te fazer parar pra pensar, sendo mais algo estético ou de preferências pessoais.

Veredito

Guardians of the Galaxy – The Telltale Series não traz nada particularmente novo ou muito interessante em comparação com outros jogos da empresa, mas consegue mais uma vez adaptar de forma competente o universo em que se passa, com o espírito e bom humor dos filmes mas sem se ater a contar a mesma história de outras mídias. Divertido para quem é fã da franquia, se aproxima de um episódio de desenho animado matinal estrelando os Guardiões da Galáxia, algo que o espectador/jogador irá assistir sem muito compromisso e vai acabar dando algumas risadas com seus carismáticos personagens.

Jogo analisado com o código fornecido pela Telltale.


 

Veredito

70

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Guardians of the Galaxy – The Telltale Series doesn’t bring anything particularly new or very interesting when compared to other Telltale games, but it is able once again to competently adapt the universe in which it happens, with the spirit and jokes from the films without repeating the movie’s plot. Being similar to a cartoon episode’s style in its storytelling is fun for anyone who is a fan of the franchise.

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Guardians of the Galaxy – The Telltale Series doesn’t bring anything particularly new or very interesting when compared to other Telltale games, but it is able once again to competently adapt the universe in which it happens, with the spirit and jokes from the films without repeating the movie’s plot. Being similar to a cartoon episode’s style in its storytelling is fun for anyone who is a fan of the franchise.

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