Randall é o primeiro trabalho da desenvolvedora mexicana We The Force Studios, que inspirada pelo estilo metroidvania, lança uma aventura baseada numa cidade sombria, com um personagem surgindo como provável herói dentro de um regime opressivo.
O jogo se passa em Nook City, cidade que está sendo comandada por uma corporação maligna, escravizando toda a população para trabalho forçado e controlando tudo com força bruta e vigilância severa. Nesse plano, o jogador controla Randall, que acorda numa lixeira sem memória e com uma baita dor de cabeça.
O protagonista deve desbravar as áreas distintas da cidade, procurando respostas, conseguindo novas habilidades e enfrentando os capangas da organização em regiões como prisão, fábrica e esgoto.
O plano de fundo da história de Randall é interessante, mas a narrativa é confusa, pouco desenvolvida e não explica sequer os motivos dos eventos que ocorreram e os que vão surgindo no decorrer dessa história. Os diálogos tentam ser apenas engraçados e não te ajudam a entender o personagem, tornando-se estranhos e confusos, principalmente porque, na maioria das vezes, eles acontecem entre Randall e uma voz na sua cabeça.
Sem compreender muito do que vai acontecendo, o jogador se vê limitado a apenas avançar para terminar o jogo, atravessando regiões perigosas, evitando morrer para as armadilhas do cenário, procurando novas habilidades para depois voltar em áreas anteriores e acessar caminhos antes indisponíveis. Mesmo o jogo tendo seis regiões diferentes, todas elas são quase idênticas, compartilhando as mesmas armadilhas, inimigos, desafios e sendo distinguidas apenas pelos nomes, não pelo tema de cada uma.
Os inimigos têm pouca variedade de aparência e de combate. Quase todos agem da mesma forma. O combate corpo a corpo tenta ser mais tático, sendo que você só pode aplicar dano em apenas um inimigo de cada vez, porém, todos os inimigos podem te causar dano ao mesmo tempo, o que depois de algum tempo deixa de ser desafiador para se tornar frustrante.
Algumas mecânicas são interessantes, como uma habilidade que te faz controlar os inimigos e usá-los para combater outros ou para avançar em partes do cenário em que Randall não conseguiria sozinho. Outro ponto interessante e de certa forma bastante necessário é que a vida do protagonista só recupera automaticamente na exploração, enquanto que no combate o jogador precisa realizar combos para conseguir um pouco de vida de volta.
Tecnicamente, o jogo está longe de ser bom, com vários problemas no framerate e muito screentearing, mesmo tendo um visual decente. O som é extremamente repetitivo e nada criativo, o que, após algum tempo de jogo, fica muito irritante. Os comandos de exploração são desnecessariamente complexos e imprecisos, falhando em mecânicas simples como pular. Vários bugs acontecem no jogo, como, por exemplo, ficar impossibilitado de pular sem motivo algum, ou inimigos e chefes invulneráveis, e até portas que não abrem. Todos esses erros você resolve voltando ao menu principal, precisando carregar o jogo novamente e esperar um loading bastante longo, ainda correndo o risco de ter seu save corrompido.
Vários erros em praticamente todos os aspectos do jogo acabam por afastar até os mais aficionados pelo estilo metroidvania, já que nenhuma mecânica é realmente bem executada. Os mais casuais podem sequer entrar no universo do jogo, precisando de muita paciência e determinação para superar os vários defeitos.
Veredito
Randall demonstra potencial com uma história e algumas mecânicas de jogabilidade interessantes, mas acaba por mostrar ser mal executado em todos os aspectos possíveis para o jogo se suportar, principalmente no quesito diversão.
Jogo analisado com código fornecido pela We The Force Studios.
Veredito
Randall has an interesting plot and gameplay mechanics, with good potential, but ends up being badly executed in every possible way, specially in being fun.
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