Akiba's Beat

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Akiba’s Trip, jogo de RPG e ação da Acquire, tinha como foco principal o bairro de Akihabara em Tóquio, considerada a metrópole para fãs de mangás, animes, jogos e muito mais. Akiba’s Trip tinha uma história cômica e simples que consistia em derrotar vampiros ao tirar suas roupas e expô-los ao sol e, com esse objetivo, o jogo utilizava de mecânicas simples de ação que eram funcionais e divertidas. 

Akiba’s Beat utiliza o mesmo bairro de Akihabara como seu foco, mas os títulos não têm nenhuma outra ligação além dessa. Akiba’s Beat demonstra que possui mais ambição que Akiba’s Trip como, por exemplo, foco em uma história mais séria e centrada em conceitos mais próximos da realidade japonesa, aliado a um sistema de batalha baseado na série Tales of. Para toda essa ambição na criação do título, é impressionante como conseguiram falhar de maneira espetacular em cada um desses elementos.

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O protagonista da história é um NEET chamado Asahi Tachibana. NEET é o termo utilizado para pessoas que não estão empregadas ou estudando e também não procuram por oportunidades para os mesmos, efetivamente tornando-se um fardo para a sociedade. Asahi logo é forçadamente recrutado por Saki, uma garota superativa que o convence a destruir desilusões que ameaçam o bairro de Akihabara. Não bastasse o problema com as desilusões, Akihabara também se encontra em um loop temporal com o mesmo domingo se repetindo.

Desilusões são criadas a partir dos desejos da pessoa desiludida e estas alteram o mundo real para que siga o ideal desejado. Se isso lembrou um pouco de Persona 5 não é à toa, já que os conceitos são semelhantes, mas com drásticas diferenças em execução. Akiba’s Beat tenta abordar diferentes problemas sociais, seja com os personagens principais ou com as desilusões que compõem os calabouços do jogo. Asahi é normalmente o alvo de piadas por ser um NEET, enquanto algumas desilusões mostram desejos de sucesso na carreira com diferentes consequências, outras criticam hobbies que se tornam obsessões, e mais.

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Existem momentos na história de Akiba’s Beat que são genuinamente bons e interessantes. Os personagens, às vezes, fogem de seus estereótipos simples e tornam-se mais relacionáveis, sendo que algumas das consequências de se destruir desilusões são eventualmente questionadas. Também existem histórias paralelas para personagens menos importantes da trama que, em alguns momentos, são interessantes de serem acompanhadas e demonstram um pouco das diferentes culturas que compõem o bairro de Akihabara.

Infelizmente, os momentos bons são raros e o desenvolvimento acaba matando todo o potencial que essas histórias poderiam ter. Os raros momentos em que a história se torna interessante são logo seguidos por cenas que não desenvolvem as ideias anteriores ou rapidamente a ignoram e seguem para o próximo arco ou, pior, não fazem sentido dentro do contexto do jogo e se chocam com a própria proposta inicial da história. O loop temporal é uma das principais razões para várias contradições dentro da história, dando a impressão que o mesmo foi inserido sem motivo.

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As desilusões são os calabouços do jogo onde você deve explorar e batalhar, e também merecem um prêmio por serem um dos piores level design que já vi na vida. Cada desilusão tem um tema diferente, mas são todas praticamente compostas por retângulos interligados e com cores diferentes dos mesmos inimigos. Os inimigos sequer podem se aproximar do jogador enquanto você está no caminho entre retângulos, dando a impressão que seu personagem deixa de existir quando sai de uma dessas regiões. Não bastasse cada fase ser horrível, a história força o jogador a retornar às mesmas de novo e de novo e de novo. É algo que pode ser considerado como uma punição ao jogador por permanecer com o jogo.

Como mencionei anteriormente, o sistema de batalha é semelhante aos jogos Tales of, com quatro personagens agindo em tempo real e utilizando de ataques simples e especiais para se criar combos. Tales of é uma série que foi criada a partir de Tales of Phantasia, em 1995, para o Super Nintendo. Desde então, vem evoluindo e alterando seu sistema de batalha, mas respeitando a base criada por Phantasia. Vinte e dois anos depois da estreia de Tales of, Akiba’s Beat tenta copiar este sistema característico da série da Namco e, de alguma forma, falha espetacularmente, criando um dos sistemas de batalha mais chatos que já joguei.

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Os principais problemas das batalhas de Akiba’s Beat estão nos comandos, no balanceamento do jogo e em sistemas que não se complementam bem. Os comandos no jogo não estão fluídos como um bom jogo de ação deve ser e existe um atraso perceptível entre o aperto do botão e a ação na tela. Em uma ação única isso é um problema menor, mas o atraso é bastante drástico quando se tenta executar um combo longo e você deve imaginar o que vai acontecer 2-3 ataques à frente do que aparece na tela. Também não ajuda que muitos comandos não parecem funcionar corretamente, como a defesa, por exemplo, que até hoje não entendo exatamente como deveria funcionar nesse jogo.

O balanceamento é outro elemento bizarro que também faz pouco sentido. Inicialmente, o dano de ataques normais variava entre 20-50 por ataque e poderia chegar até cerca de 150 utilizando alguns ataques especiais. Mesmo evoluindo os personagens e com os melhores equipamentos possíveis, o dano dos ataques não saía desse intervalo. Como mencionado anteriormente, é comum você retornar a fases que já foram concluídas, e mesmo em batalhas com inimigos drasticamente mais fracos, esses valores não se alteraram.

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A diferença básica entre inimigos fracos e os mais fortes é simplesmente a quantidade de vida, ou seja, batalhas tendem a ficar cada vez mais demoradas e nunca mais complexas. Em chefes isso é mais evidente, pois os mesmos têm muita vida, tornando as lutas cansativas e longas. Portanto, conforme se avança no jogo, as batalhas ficam mais longas e tediosas, algo que considero como uma nova punição por permanecer jogando. Honestamente, tive mais diversão fugindo dos inimigos em cada fase como se fosse um jogo de espionagem.

Veredito

Akiba’s Beat é um jogo com ambição e que, em raros momentos, consegue criar uma narrativa e personagens interessantes. Infelizmente, esses são os únicos elementos de qualidade no jogo, já que todo o resto é péssimo. Para uma melhor experiência com o bairro de Akihabara, recomendo uma viagem ao mesmo, ou que joguem Akiba’s Trip, ou ainda aguardar que façam um próximo jogo e que este seja bom. Akiba’s Beat simplesmente não vale o investimento de tempo de ninguém. 

Jogo analisado com código fornecido pela PQube.

Veredito

40

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Akiba’s Beat is an ambitious game that, in rare moments, manages to create interesting narrative and characters. However, those are its only redeeming qualities, since the whole rest is terrible. For a better experience with the Akihabara neighbourhood, I’d recommend visiting it in person, playing Akiba’s Trip or wait for a next game that might be good. Akiba’s Beat just isn’t worth anyone’s time.

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Akiba’s Beat is an ambitious game that, in rare moments, manages to create interesting narrative and characters. However, those are its only redeeming qualities, since the whole rest is terrible. For a better experience with the Akihabara neighbourhood, I’d recommend visiting it in person, playing Akiba’s Trip or wait for a next game that might be good. Akiba’s Beat just isn’t worth anyone’s time.

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