Yooka-Laylee

Facebook
Twitter
WhatsApp

Há basicamente 20 anos, o Nintendo 64 disputava o mercado com o PlayStation e o Saturn. Era uma geração em que a Nintendo estava conhecendo sua nova adversária: a Sony. Para combatê-la, uma de suas apostas era a Rare, uma desenvolvedora que, em 1997, havia criado GoldenEye 007, um clássico instantâneo. Em 1998, a Rare nos trouxe Banjo-Kazooie. Claramente inspirado em Super Mario 64, a aventura do urso Banjo e da passarinha Kazooie conseguia ter sua identidade própria devido aos mundos criados, conversas irônicas entre os personagens, transformações de Mumbo Jumbo e muitos outros elementos.

Depois de Banjo-Kazooie, tivemos Banjo-Tooie que, apesar de ainda ser um excelente título, é considerado inferior ao original, principalmente por se focar em tantas opções diferentes e não se manter à simplicidade que era parte do charme do primeiro jogo.

Depois disso, um vazio. A Rare do tempo do N64 já não existia mais. A Nintendo ainda nos traria Super Mario Sunshine e os perfeitos Super Mario Galaxy e Super Mario Galaxy 2, mas o gênero plataforma 3D com esses elementos de aventura estava no limbo atualmente. Até que a Playtonic, uma desenvolvedora formada por ex-funcionários da Rare, buscou por apoio dos fãs sedentos por novos jogos desse gênero, por meio do Kickstarter. O resultado não podia ser outro: o projeto recebeu muito mais apoio do que o previsto e, agora, Yooka-Laylee está em nossas mãos.

Antes de mais nada, entenda: Yooka-Laylee tem como objetivo principal agradar os fãs de Banjo-Kazooie. As referências ao jogo da Rare são inúmeras, portanto, se você não gosta de Banjo ou acha que as mecânicas presentes nele já deram o que tinha que dar, pode passar longe de Yooka-Laylee. Esclarecido isso, podemos continuar.

Yooka-Laylee possui uma história bem simples. A dupla, composta por um camaleão e uma morceguinha, partem em uma jornada para recuperar as Pagies (páginas) dentro da Hivory Towers, um local comandado pelo vilão Capital B e seu capanga, Dr. Quack, que têm como objetivo absorver toda a literatura do mundo e lucrar com isso.

Portanto, a estrutura de Yooka-Laylee é o que se espera: há um hub (Hivory Towers) que dá acesso aos diferentes mundos do jogo (aliás, o hub é bastante fraco: parece pequeno e o caminho para os mundos é desnecessariamente confuso). Dentro deles, há um total de 25 pagies a serem coletadas em cada, além de 200 penas. Ou seja, considere as pagies como sendo os jiggies de Banjo e as penas como sendo as notas musicais. Além disso, temos a cobra Trowzer, que vende as habilidades da dupla (o Bottles desse jogo) por penas, e a Dr. Puzz que oferece uma transformação diferente a cada mundo (Mumbo Jumbo de Yooka-Laylee). O que fica de novidade em relação a colecionáveis são os fantasmas de escritores, que são pegos de diferentes maneiras.

O objetivo em Yooka-Laylee, portanto, é explorar os mundos e coletar tudo que puder. Após coletar uma certa quantidade de pagies, você possui duas opções: gastá-las para abrir novos mundos no hub ou expandir o mundo. Ou seja, há cinco mundos em Yooka-Laylee, mas cada um deles pode ser expandido uma vez. Expandir significa abrir novas áreas que anteriormente estavam inacessíveis. Tecnicamente, seria como o jogo ter 10 mundos na realidade.

Mas vamos falar sobre os comandos, pois um jogo de plataforma depende muito deles. Como sou fã de Banjo-Kazooie, me senti em casa, com algumas exceções que mencionarei mais adiante.

Os comandos são simples, na verdade, pois você aprende as habilidades aos poucos, dando tempo para se acostumar a elas. O X pula e o O serve para usar a língua de Yooka (você come borboletas, que recuperam a vida e a magia – já explico). Já o triângulo é um sonar de Laylee que deixa os inimigos tontos ou ativa certos totens, por exemplo, enquanto que o botão quadrado ataca tanto no chão quanto no ar. O L2 agacha e o R2 faz Yooka rolar pelo chão.

Isso de rolar com o R2, assim como o sonar, usa uma coisa não vista em Banjo-Kazooie: uma barra de magia. Essa barra, ao se esvaziar, não permite que tais movimentos sejam realizados. Para recuperar, você precisa encostar (e não comer) nas borboletas ou esperar um pouco que ela se recupera sozinha. No início, tal barra incomoda por se esvaziar rapidamente, mas você pode usar um tônico que faz ela durar mais. Tônicos são destraváveis e somente um pode ser equipado por vez, gerando o efeito proposto (mais vida, menos gasto com magia, etc.).

E em relação aos movimentos, isso é a ponta do iceberg, pois você aprende cerca de 2 a 3 por mundo. As críticas ficam por conta desse rolamento do R2, que é bastante difícil pegar o jeito e, em partes mais avançadas, é exigido que você faça pulos perfeitos com ele. Há outras coisas que podem desagradar o jogador, como o sistema de tiro, que possui uma mira ruim (para mirar perfeitamente, é preciso apertar L3 e a câmera para isso é ruim, além de demorar para ativar), e um sistema de munição temporária (você coleta a munição desejada, como tiros de gelo ou lança-chamas, de plantas no cenário e pode atirar por cerca de 30 segundos).

Além de movimentos manjados e outros que deixam a desejar, há elogios aqui também. Yooka aprende a usar um sistema que permite que você ande debaixo d'água, deixando as fases aquáticas extremamente menos monótonas.

Como dito antes, os mundos de Yooka-Laylee possuem inúmeros colecionáveis espalhados. Para coletar as pagies, você faz justamente desafios como alcançar um lugar alto em pouco tempo ou completar uma tarefa de um NPC. Há NPCs que aparecem sempre, como o Rextro Sixtyfourus que oferece mini-games com Arcades, o Kartos (um carrinho de mina no qual você deve coletar vários itens em cima dele), e outros. Todos eles possuem diálogos bastante divertidos com os protagonistas, mantendo aquele humor que existia em Banjo-Kazooie, além de oferecerem uma variedade no gameplay do jogo.

Falando em humor, em alguns momentos o capanga Dr. Quack realiza um quiz com os jogadores (bem à lá Gruntilda em Banjo-Kazooie), perguntando de onde é a foto, ou o nome de algum personagem. É algo bacana, mas se seu inglês não é bom, essa parte pode ser mais difícil do que o restante do jogo, já que não há legendas em português.

Talvez a personagem mais sem graça seja a Dr. Puzz, pois as transformações, de uma maneira geral, deixam a desejar, sendo sem graça e monótonas.

Fazer tudo em Yooka-Laylee, ainda mais sem um detonado, levará facilmente pelo menos 30 horas de jogo (provavelmente bem mais).

Por ser bastante fã de Banjo-Kazooie, tive medo de me decepcionar com Yooka-Laylee por vários motivos, mas não foi esse o caso. Fiquei bastante satisfeito com o jogo (mesmo com alguns problemas) e recomendo para os fãs sedentos por plataforma 3D com elementos de aventura.

Veredito

Yooka-Laylee busca inspiração em Banjo-Kazooie e agradará a todos que estão sedentos por um novo jogo de plataforma 3D com elementos de aventura. Há alguns problemas, como certos movimentos do personagem, transformações fracas e um hub não muito interessante, mas o game cumpre com a proposta que possui.

Jogo analisado com código fornecido pela Team17.


 

Veredito

80

Fabricante:

Plataforma:

Gênero:

Distribuidora:

Lançamento:

Dublado:

Legendado:

Troféus:

Comprar na

[lightweight-accordion title="Veredict"]

Yooka-Laylee is heavily inspired on Banjo-Kazooie and will be enjoyed by the fans that are thirsty for a new plaform and adventure 3D game. There are issues, like some moves for the characters, the weak transformations and the uninspired hub world. But overall, the game delivers its promise.

[/lightweight-accordion]

Yooka-Laylee is heavily inspired on Banjo-Kazooie and will be enjoyed by the fans that are thirsty for a new plaform and adventure 3D game. There are issues, like some moves for the characters, the weak transformations and the uninspired hub world. But overall, the game delivers its promise.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo