[PSN] Severed

Desde que o PS Vita existe, os jogos da DrinkBox Studios foram os que mais aproveitei de longe no portátil: Guacamelee! foi uma experiência única e Tales from Space: Mutant Blobs Attack foi outro jogo de plataforma que fiz questão de finalizar 100%. Com o anúncio de Severed, estava com meu hype pessoal nas alturas. Será que isso foi correspondido?

Primeiramente, ao contrário dos outros jogos da DrinkBox, Severed é um jogo de aventura de "dungeon crawling" em primeira pessoa. Explicando melhor: você sempre está dentro de um "quadrado" e pode olhar para quatro direções, sendo que o mapa no canto superior direito indica para onde pode avançar em seguida. Aliás, na verdade, você passará a maior parte do tempo prestando atenção nesse mini-mapa do que no jogo em si para não se perder.

Se você já leu algo sobre Severed, sabe que ele é exclusivo do PS Vita (por ora, ao menos) por causa da tela de toque. Mas isso não significa que seu uso seja exclusivo. Você usa o analógico para se movimentar e a tela de toque para atacar e interagir. Mas antes de falarmos sobre o gameplay, vamos entender a história.

Você joga como Sasha, uma guerreira que acorda em um mundo de fantasia surreal. Ela se encontra apenas com um braço (o outro está arrancado por alguma razão) e, empunhando uma espada viva, sai em busca da família em um mundo repleto de horrores.

A história é realmente misteriosa. Depois de receber tais informações, Sasha começa a andar por sua casa e logo já recebe sua espada. Ao avançar, o jogo parece confuso à primeira vista, mas logo percebe-se seu funcionamento: há basicamente um templo (ou "dungeon" bem à lá Zelda) para cada membro da família.

Sasha deve, portanto, resolver quebra-cabeças e descobrir segredos. Ao longo da jornada, você poderá desbloquear habilidades novas, evoluir e desvendar os mistérios.

Severed, porém, não é apenas exploração e solucionar puzzles. Há o sistema de combate, que é bastante interessante. O seu funcionamento é simples, mas pode parecer complexo de início.

Você ataca deslizando o dedo pela tela. Dependendo do "tamanho" do seu deslize, ou seja, do traço que você fez na tela, maior será o dano causado no inimigo. Em outras palavras, se você ficar indo de cima para baixo rapidamente e com curta distância, causará 3 de dano a cada corte, por exemplo. Já se for com distâncias maiores, poderá causar 13 de dano. O que fará você adotar um jeito ou o outro é o que o inimigo faz.

E aí é que está o outro sistema: o contra-ataque. Você ataca o inimigo conforme ele deixa a guarda aberta. Em um dado momento, que é indicado por um ícone na parte de baixo da tela, o oponente atacará e você deve impedir que ele acerte você dando um golpe na direção oposta. É fácil pensar nisso com apenas um inimigo, mas pense em 4 simultâneos (um em cada canto do seu "quadrado de visão") prontos para atacar e receberem dano. Os combates vão ficando cada vez mais tensos ao longo do jogo.

Há ainda outras mecânicas no combate, como a paralisação de inimigos via o uso de mana (algo que você só obtém mais adiante no jogo, portanto, não entraremos em detalhes). Mas há uma mecânica importante além da mana: o desmembramento.

Conforme você ataca os inimigos, uma barra vai se enchendo. Quando ela estiver cheia e você esvaziar a vida de um oponente, pode cortar seus membros fora. Ao cortar e coletar, esses itens basicamente se tornam a "moeda" para os upgrades de Sasha. Há inclusive uma skill tree para a personagem, mas nada complexa.

E Severed consiste basicamente disso: ande, ande e ande enquanto olha no mapa do canto superior direito. Enfrente inimigos (que ao menos não se repetem tanto de uma maneira geral no jogo e são criativos). Solucione alguns puzzles. Ande, ande, combata e solucione puzzle. Repita.

Parece algo chato, mas não é. No começo, o jogo realmente pode passar uma impressão ruim, pois ele literalmente deixa o jogador sozinho para se virar e entender o mapa (as mecânicas de combate possuem tutoriais bem funcionais). Mas depois que você adquire o poder de paralisar os oponentes, o jogo flui muito bem pois você já se acostumou às mecânicas. Mas fica o alerta: a jornada é de certa forma curta e repeti-la não é algo muito animador.

Vale ressaltar ainda que a trilha sonora original conta com a banda indicada ao Juno, Yamantaka // Sonic Titan, e os convidados especiais Pantayo, o que a deixou fora de série.
 

Jogo analisado com código fornecido pela DrinkBox Studios.