Lost Dimension

Lost Dimension é o mais novo RPG lançado pela Atlus USA para Playstation Vita e Playstation 3. Desenvolvido pela Lancarse, empresa responsável por outros jogos da Atlus, como Shin Megami Tensei Strange Journey e Etrian Odyssey, ambos para o Nintendo DS.

Lost Dimension começa com metade do mundo sendo destruído por um homem chamado “The End” (O Fim, em português). Líderes do mundo estão reunidos para decidir como lidar com esta nova ameaça, quando The End invade a transmissão da reunião e anuncia que a destruição está apenas começando. Em 13 dias, o mundo será completamente aniquilado. Termina dizendo que caso queiram, que então tentem impedi-lo até lá.

Os líderes decidem enviar “The Gifted”, pessoas com dons especiais e únicos, sua última esperança para impedir The End de acabar com o mundo. Logo após a infiltração, Sho Kasugai, o protagonista do jogo, acorda no meio de uma batalha, entre inimigos e outras pessoas com uniformes parecidos com o seu. Encerrada a batalha, eles revelam que também vieram para a torre derrotar The End, que não lembram como conseguiram entrar na torre e que ninguém mais sobreviveu além daqueles com dons fora do normal.

The End aparece perante o grupo anunciando seus planos de destruir o mundo com ogivas nucleares miradas para as maiores cidades do mundo e que o prazo é de treze dias. O grupo então precisa subir a torre, derrotando outros inimigos no caminho e alcançar The End antes do prazo, a única esperança de parar com seus planos malignos e salvar o mundo.

O diferencial do jogo para outros do mesmo gênero é a inclusão de um sistema de julgamento, em que o protagonista e o resto do grupo precisa identificar quem é o traidor entre eles, o qual, após uma votação, será apagado. No próprio Vita, temos Danganronpa, um jogo com uma dinâmica muito parecida. Apesar de usar uma dinâmica tão interessante, não espere um nível de profundidade como a que se encontra no jogo mencionado.

O jogo disponibiliza algumas ferramentas para o jogador descobrir quem é o traidor da vez, como uma cena após o resultado das batalhas indicando se há algum traidor no grupo, quantos possíveis traidores podem ter, além de um mini game chamado de “deep vision”, no qual Sho entra na mente de seus parceiros, anda através de seus pensamentos até chegar em seu íntimo e descobrir de primeira mão se o seu aliado é inocente ou culpado. Fora o primeiro traidor da história, todos os outros são aleatórios; o seu aliado de hoje pode ser o traidor de amanhã.

Fora isso, durante a sua jornada na torre, o protagonista pode conversar e se aproximar dos seus aliados, conhecendo mais de suas histórias e motivações pessoais. Quando você completa a aliança, é disponibilizada uma missão extra para finalizar o arco com o personagem e concluir a sua aliança. Além de servir como ferramenta para conhecer cada personagem separadamente, completar a ligação com todos os personagens é a única forma de alcançar o final definitivo.

À parte da narrativa e da história, a jogabilidade é parecida com o que você pode encontrar em jogos como Valkyria Chronicles. O jogador posiciona os personagens no mapa, cada um tendo um campo limitado de movimentação por turno, bem como seu campo de ataque, variando de personagem para personagem, já que alguns usam pistolas, metralhadoras ou mesmo facas. O mesmo se aplica aos inimigos, que tem um campo limitado e, turno após turno, se movimentarão para chegar ao grupo e iniciar o combate.

Os gráficos do jogo são muito bons, mesmo que pareçam estéreis em alguns momentos. Apesar de que, ao subir a torre, novos andares e novos cenários são revelados, o jogo se utiliza muito de cores sóbrias e fica muito no cinza, nada que faça chamar a atenção do jogador. O design dos personagens é muito bem feito e bem definido, cada personagem tem seu estilo distinto e difere dos demais do grupo.

A trilha sonora começa bem e termina bem, mas fica devendo durante o desenrolar do jogo. As primeiras faixas do começo do jogo são muito boas e a faixa final do jogo ajuda muito com o clímax, mas de resto, elas acabam soando parecidas umas com as outras, você não vai notar muita diferença entre as faixas de cada andar. A dublagem do jogo é inteiramente em inglês, outro ponto forte do lançamento ocidental, já que a dublagem faz muito bem em invocar as peculiaridades de cada personagem, e não tem opção para dublagem em japonês.

Comparativamente, o jogo é bem curto, levando em conta que é um RPG. Com menos de 20 horas, você pode fechar a história pela primeira vez, ainda que exista um final definitivo que você só pode alcançar depois de completar alianças com todos os personagens, feito que só pode ser realizado na segunda ou terceira vez. O fato de ser curto acaba não sendo um detrimento, já que você não sente que a história está sendo prolongada artificialmente só para o jogo poder ser considerado longo.

Jogo analisado com código fornecido pela Atlus USA.