Metal Gear Solid V: Ground Zeroes

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Metal Gear Solid V: Ground Zeroes é um jogo polêmico. Não importa qual análise você ler ou as impressões que um amigo seu comentar, o consenso sempre será o mesmo: “é um título curto”.

E de fato é. Não há como negar isso. A campanha principal dura entre 1 e 2 horas na primeira vez que você a joga porque não é dito exatamente para onde se deve ir. Não há, portanto, um lugar no mapa dizendo “resgate os reféns aqui”. É por isso que “demora”. Fora que você vai querer explorar a base um pouco também. Mas o que as pessoas interpretam errado é que uma campanha principal de duas horas não implica necessariamente em uma qualidade duvidosa. Longe disso.

Ground Zeroes acontece após os eventos de Peace Walker. Se não jogou, não aproveitará a história 100%, pois não saberá a origem de Chico, Paz e outros personagens importantes. Por isso, há um resumo de 11 páginas que explica tudo. E em português do Brasil, também.

De qualquer forma, não aproveitar inteiramente não significa não entendê-la. A cutscene de abertura (que segue com a canção “Here’s To You” de Joan Baez) não mostra muita coisa, porém, como é de praxe em Metal Gear Solid, ela ilustra fatos que não estão implícitos. O que eu quero dizer é que, se você deseja entender por qual motivo Chico recebeu seu walkman, precisa escutar as fitas cassetes do jogo (uma das formas que os produtores criaram para evitar as longas conversas de Codec/Rádio para quem não era fã).

A história de Ground Zeroes, infelizmente, já foi “estragada” pelos trailers de The Phantom Pain. Então todos nós já sabíamos que o jogo terminaria com Big Boss em coma. A graça, portanto, é saber exatamente o que aconteceu.

Ground Zeroes possui uma jogabilidade refinada para a série e que funciona perfeitamente bem. Demora um pouco para se acostumar nas posições, como “O” para recarregar, mas depois que se pega o jeito, não há do que reclamar. The Phantom Pain será incrível considerando esse gostinho que recebemos aqui.

A estrutura de Ground Zeroes é simples. Temos primeiramente a campanha principal, que é de onde surge toda a polêmica de duração do jogo e é também onde a história é contada. Nela, você tem acesso a “Camp Omega”, uma base inimiga que funciona como um “mini-mundo aberto”, ou seja, você deve resgatar duas pessoas (Chico e Paz) para completar a missão, mas para isso pode seguir qual caminho desejar e da maneira que desejar. Quer ir o mais discreto possível, tentando evitar ser pego pelo inimigo a todo custo? Faça. Quer ir à lá Rambo? Também é possível, tomando o cuidado para não morrer quando tiver muitos inimigos ao redor. Quer pegar um veículo e tacar o terror? Divirta-se. As possibilidades são diversas e variadas.

Mas ainda é um Metal Gear Solid. Ou seja, se o radar tocar, os inimigos vão procurar por você e se não acharem, desistirão logo. Eles não ficam “para sempre” em estado de alerta. Ainda é a mesma mecânica de “não achamos o alvo, voltando para a patrulha normal”. O que realmente mudou aqui é a inteligência artificial em achar Snake. A visão deles está mais bem feita, assim como a sua audição. Há inclusive uma mecânica nova: quando Snake está prestes a ser visto, o jogo permite que você evite que ele soe o alarme e mate-o em “slow down”. Normalmente isso não é tão útil quanto parece, pois atirar significa causar barulho e chamar a atenção de outros guardas, enquanto que armas silenciosas (como o tranquilizante) precisam de pelo menos três tiros em partes normais do corpo para que o coloque para dormir.

Todo o gameplay de Ground Zeroes é muito bom e é difícil achar alguma crítica. Os mais ranzizas podem, por exemplo, não gostar da maneira que Snake se joga agora no chão (apertando quadrado) ao invés de rolar da maneira clássica, mas é algo muito mais realista e útil.

Isso somado com os diversos colecionáveis e opções que o Camp Omega oferece, faz com que a campanha ofereça mais do que “duas horas”. Isso que ainda não comentamos sobre as missões paralelas.

Quando a campanha é finalizada, quatro novas missões com diferentes objetivos são destravadas e inclusive com um “outro horário do dia” no Camp Omega. Elas sem dúvida aumentam o tempo de jogo, mas é compreensível que se tornem enjoativas pois é o “mesmo lugar de novo mais quatro vezes”. Há ainda uma quinta missão paralela que é exclusiva dependendo do console. No caso PlayStation, a missão é a “Deja Vu”, com elementos do primeiro Metal Gear Solid. Para destravá-la, será necessário coletar alguns itens na campanha principal.

Metal Gear Solid V: Ground Zeroes possui um preço reduzido (19,99 dólares no PS3 e 29,99 dólares no PS4 de forma digital), o que totalmente justifica seu conteúdo oferecido. Há muitos outros jogos que oferecem menos e que podem até custar mais que isso. Porém, o que acontece aqui é que estamos falando de uma série conceituada e por isso se torna alvo fácil de críticas.

The Phantom Pain, que será o verdadeiro recheio do bolo, será incrível e forte candidato a melhor jogo do ano que for lançado considerando o que Ground Zeroes nos apresentou. Pense em Ground Zeroes como algo que a equipe queria que os fãs mais ansiosos pudessem jogar enquanto esperam pelo jogo completo. Você não gostaria de jogar um capítulo de Uncharted 4 nesse momento, antes do jogo inteiro for lançado no fim do ano ou em 2015? A maioria provavelmente diria que sim. Outros diriam que não. É uma questão polêmica, mas enquanto as pessoas reclamam e discutem se é uma ação válida, os fãs aproveitam e sossegam um pouco até a chegada do prato principal.

Veredito

Metal Gear Solid V: Ground Zeroes possui um ótimo gameplay, mas sua campanha principal é curta. Apesar disso, há bastante conteúdo no título pelo preço oferecido.

Jogo analisado com cópia adquirida na PlayStation Store americana.

Veredito

80

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