Por se tratar de um herói normalmente violento e que se envolve em muitos combates corpo-a-corpo, a jogabilidade de X-Men Origins: Wolverine segue o estilo de God of War, com seus pontos positivos e negativos (mesmo poucos). Possui jogabilidade fluida, com muitos golpes e ataques (com aquisição de mais durante o jogo), aquisição de pontos de experiência (SKILLS) e Mutagens (algo como os Perks de Fallout 3 para melhorar algumas características físicas do herói). É balanceado e tem a progressão bem equilibrada. E possui alguns quebra-cabeças rápidos e fáceis, mas que as vezes parecem desnecessários e forçosamente inseridos no contexto do jogo para frear um pouco a pancadaria.
A gama de movimentos do personagem é um ponto positivo e que garante diversão, mesmo que no final do jogo eles pareçam um pouco repetitivos. É possível empalar inimigos em spikes no chão ou em paredes, cortar braços e pernas, dar agarrões, dentre outros. E os movimentos são completados pelos ataques “especiais” que se adquire com o passar do jogo, como Lunges (saltos de grande distâncias em direção ao adversário, cravando-lhes as garras no meio do peito), Claw Spin (ataque em parafuso com as garras abertas), dentre outros. E para completar o estilo “God of War” de ser, temos finishing moves parecidos com fatalities e ataques de MadWorld para Nintendo Wii.
Há de se destacar também a Idéia criativa para danos do personagem. Conforme Wolverine vai sendo atacado, ele sofre dilaceração de seu corpo, muitas vezes ficando com ossos e até órgãos à mostra. Em parte, o próprio corpo de Wolverine é o medidor de vida. Mas se Wolverine apanha demais dos adversários, existe uma barra de vida que é acionada. E só quando esta barra de vida é acionada é que Wolverine corre o risco de ser morto. O mais interessante é que esta funcionalidade retrata pela primeira vez em jogos um dos verdadeiros poderes mutantes de Wolverine: a capacidade regenerativa. E para recuperar-se, basta ficar alguns segundos parado.
Os personagens principais são muito bem detalhados (destaque para o Dentes de Sabre e o próprio Wolverine, cópia fiel do Hugh Jackman. Os gráficos são bons, embora as vezes possam ser identificadas texturas meio ruins. Os cenários externos são muito bonitos. Parecem amplos, mas possibilitam pouquíssima exploração. Já os cenários internos como os laboratórios parecem um pouco genéricos e repetitivos, dando a clara impressão de certa falta de capricho por parte da produção. As cutscenes são com os gráficos ingame e são muito bem elaboradas (algumas com quick time events), transmitindo muita ação e imersão. A cada cutscene que você assiste dá vontade de continuar jogando pela etapa seguinte do jogo só para assistir à próxima. A dublagem dos personagens é boa, embora não sejam todos os personagens que contam com o dublador original. Mas os efeitos sonoros, principalmente nas áreas externas são de boa qualidade e convincentes.
Talvez um dos principais pontos negativos de X-Men Origins: Wolverine seja a ausência de fator replay. Ele se resume aos troféus e desbloqueio de roupas extras e desbloqueio de níveis mais difíceis de jogabilidade. Além disso, o jogo já é relativamente fácil e curto (de 10 a 12 horas) e não conta com Multiplayer.
Mas mesmo assim X-Men Origins: Wolverine não deixa de ser um bom jogo. Embora não seja excelente e fique devendo um pouco principalmente na profundidade da jogabilidade e no fator multiplayer, estamos diante de um jogo que pela qualidade gráfica, pelas cutscenes e pela boa jogabilidade, principalmente na execução dos golpes, fica muito a frente dos games baseados em filmes que temos visto ultimamente. Vale a pena se você for fã dos X-Men e principalmente do mutante com as garras de Adamantium, mas, mesmo que você não seja, vale no mínimo uma alugada em um final de semana.